sábado, 30 de julho de 2011

O Turista


Título original: The Tourist
Duração: 103 minutos (1 hora e 43 minutos)
Gênero: Drama / Suspense
Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Ano: 2010
País de origem: EUA / França

Elenco: Angelina Jolie(Elise Clifton-Ward)
Johnny Depp(Frank Tupelo)
 Paulo Bettany(Acheson)
Timoty Dalton(Jones)

Sinopse: Johnny Depp atua como um turista americano cujos flertes brincalhões com uma estrangeira levam a uma rede de intriga, romance e perigo em “O Turista”. Durante uma viagem improvisada à Europa para curar um coração partido, Frank (Depp) desenvolve uma inesperada relação amorosa com Elise (Angelina Jolie), uma mulher extraordinária que deliberadamente cruza o seu caminho...

Um filme despretensioso com um diretor sério. Não poderia dar em outra coisa: um filme meio comédia, meio policial. A  Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood  destacou O Turista como entre os melhores de 2010 no Globo de Ouro. Reforço, que esse filme seria uma comédia se o diretor Florian Henckel von Donnersmarck, como já disse, não levasse a coisa tão a sério. Em seu primeiro trabalho hollywoodiano, o alemão de A Vida dos Outros, se comporta mais ou menos como o holandês Anton Corbijn quando fez sua estreia hollywoodiana, em um Homem Misterioso.  Após ver esse filme confirmo como anda banalizado o gênero espionagem.

Já no início do filme se pede um close-up no rapaz que entrega a carta a Jolie. Esse close-up acontece algumas vezes mais sem necessidade em outras sequências. O diretor se perde um pouco ao se definir pela seriedade e não pela leveza para deixar o roteiro mais refinado. Fica um pouco cansativo ao focar várias vezes cenas com a frase em que os personagens dizem: não atirem no cara.

O sotaque de Jolie(que interpreta uma inglesa) está muito forçado. Depp interpreta um turista, inicialmente, com cara de inocente e depois, quando precisa correr fica esperto. A confusão na construção dos personagens e a insistência com os sotaques diversos (ele fala espanhol no lugar de italiano) fazem o filme pesar de vez para o lado cômico. Estabelece-se, então, um acordo velado: - a gente vai assistir a O Turista na brincadeira e, assim, quando a confusa reviravolta final acontecer, vamos encará-lo só como mais um bom filme à la hollywood. La Jolie(atriz que muito admiro) dessa vez deixou a desejar e Depp(sempre intuitivamente correto) dessa vez apenas fez o seu arroz com feijão(meio queimado e totalmente sem sal).

Ah! Cheguei a uma conclusão: Faltou somente a direção combinar com o espectador o local e horário ideal para assistir a esse filme, mas dou uma dica: - Que tal ao meio-dia de uma quarta-feira fria e cinzenta? De preferência em um local parecido com a capital alemã... Seria uma comédia, para não dizer outra coisa!!! Haja paciência!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Psicose


Direção: Alfred Hitchcock
Ano: 1960
País: Estados Unidos
Gênero: Terror
Duração: 109 min. / p&b
Título Original: Psycho

Elenco:  Janet Leigh, Anthony Perkins, John Gavin, Vera Miles, Martin Balsam

Sinopse: Cansada da vida que leva, a secretária Marion Crane rouba US$ 40 mil que deveria guardar para o chefe e foge para a Califórnia, onde encontrará o namorado. No caminho, hospeda-se num motel, onde é atendida por Norman Bates, o estranho dono do estabelecimento que parece ser dominado pela mãe. 

Um épico! Considero uma das maiores obras do cinema mundial e Hitchcock  um dos melhores diretores de todos os tempos. Com uma história de tirar o fôlego e com um final surpreendente é um filme que prende o espectador do início ao fim da trama. Apesar de possuir algumas cenas meio insólitas, é um filme super respeitado e aclamado. Considero Psicose o melhor filme de Hitchcock, apesar de que outros a exemplo de Os Pássaros também são formidáveis.

Sendo Psicose um clássico do cinema mundial imortalizou Janet Leigh na "cena do chuveiro". Cena tão real, que comentasse que essa atriz ficou traumatizada por longos e longos anos. Os atores são formidáveis, com destaque para o sempre maravilhoso Perkins. Um filme que até hoje é difícil de ser copiado. É único no gênero. 

terça-feira, 26 de julho de 2011

Sem Limites

O suspense "Sem Limites" liderou as bilheterias da América do Norte com US$ 19 milhões em vendas de ingressos.
No filme, o ator Bradley Cooper vive um homem que pode aumentar extraordinariamente sua atividade cerebral ao tomar uma pílula. "Sem Limites" superou a animação "Rango", que manteve o segundo lugar em seu terceiro fim de semana em cartaz, com um lucro de US$ 15,3 milhões e queda de 32% em relação ao último fim de semana.
O terceiro lugar ficou com o líder da semana anterior, "Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles", que teve uma perda de quase 60 por cento nas bilheterias, arrecadando apenas US$ 14,6 milhões nos últimos três dias.

Sinopse: Há anos o escritor Eddie Morra (Bradley Cooper) está sofrendo um bloqueio criativo. Quando um velho amigo lhe apresenta um remédio revolucionário sua vida muda instantaneamente. Com o remédio Eddie passa a usar 100% do seu cérebro. Ele consegue lembrar de tudo que já leu, ouviu ou viu em toda sua vida. Aprende línguas, faz cálculos, consegue ler e escrever muito rapidamente, porém para que tudo isto ocorra ele precisa tomar o remédio todo dia. Em poucas semanas Eddie vira o rei de Wall Street chamando a atenção do mega empresário Carl Van Loon (Robert De Niro) que o contrata para fechar um dos maiores negócios da história. Tendo se tornado uma pessoa perfeita ele agora passará a viver sem limites.

Elenco:
Bradley Cooper - Eddie Morra
Robert De Niro - Carl Van Loon
Abbie Cornish - Lindy
Andrew Howard - Gennady
Anna Friel - Melissa
Johnny Whitworth - Vernon
Direção: Neil Burger

País de Origem: EUA
Ano: 2011 
Gênero: Suspense
Duração: 105 minutos

Estar sempre atento! Essa é a mensagem que nos passa esse excelente filme. Nas cenas da bolsa de valores, por exemplo, nos mostra que estamos vivendo uma época emergente e necessitada  de  informação  ligada a altas doses de percepção e atenção, e que se não soubermos lidar com tudo isso acabamos perdidos numa verdadeira teia de aranha.

Apologia as drogas? Acho que não... Apesar de muitos acharem que sim. Apenas constato que é  um pouco arriscado mostrar um protagonista  que usa a droga até o fim e que acredita poder dominá-la. Por outro lado em se tratando de um filme não acho que seja um incentivo, porém existem mentes despreparadas e de mente fraca que podem ser induzidas a usar droga, mas esse é o preço que pagamos por viver  nesse mundo global e aberto a informações de toda ordem onde notícias vão chegando até nós com uma velocidade cada vez mais espantosa.

Sempre me pergunto se a vida imita a arte ou vice-versa. Se esse filme nos dá a impressão de que o sucesso pode ser conseguido por meios tortos e artificiais, cabe ao espectador saber separar o joio do trigo, ou seja, perceber que é apenas um filme que retrata uma história. Todos temos os nossos valores, não acredito que essa história vá comprometer ou modificar comportamentos em especial  o de pessoas que tenham suas opiniões formadas.

Com certeza "Sem limites" mexe com nossas certezas e questiona as nossas estruturas ao nos mostrar a fraqueza do ser humano e até onde ela pode chegar. A atuação do elenco é boa e a direção também. Um suspense que nos prende do começo ao fim da trama. Excelente trama.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Alguém Muito Especial

 
Título original: (Some Kind of Wonderful)
Lançamento: 1987 (EUA)
Direção: Howard Deutch
Atores: Eric Stoltz, Mary Stuart Masterson, Lea Thompson, Craig Sheffer.
Duração: 93 min
Gênero: Comédia Romântica


Bem romântico! Quem nunca teve um amor platônico? Para o público adolescente é um prato cheio. Sonhos e devaneios do início ao fim da película. O elenco é bom e parece moldado para esse tipo de filme, ou seja, todos muito bem escalados para os seus devidos papéis. A direção é leve e parece entender, perfeitamente, a leveza dessa comédia romântica. Engraçado isso de alguns dizerem que é filme para bobinhos.... Todos seremos ou fomos adolescentes, portanto, acho que devemos respeitar o tempo de cada um!  Abaixo segue em vídeo uma parte desse filme, que com certeza é melhor do que muitos filmes adultos.


Enredo: Keith Nelson (Eric Stoltz) é um jovem que sonha em ser pintor, apesar de seu pai, Cliff Nelson (John Ashton), ter decidido que ele vai para a faculdade. Paralelamente Keith fica fortemente atraído por Amanda Jones (Lea Thompson), a garota mais popular do colégio, que namora Hardy Jenns (Craig Sheffer), que é rico e gosta de se exibir. Querendo conquistar Amanda, Keith pede ajuda a Watts (Mary Stuart Masterson), sua melhor amiga, sem reparar que ela está perdidamente apaixonada por ele. Enquanto Watts estimula Keith em uma insensata tentativa de impressionar Amanda, surge um outro obstáculo: Hardy, que além de orgulhoso é covarde. Ele articula um plano com seus amigos para darem uma surra em Keith, quando ele e Amanda forem juntos em uma festa na sua casa. Para esta noite Keith gastou o dinheiro da faculdade comprando uma cara jóia para Amanda. Acompanhando tudo isto de perto, a apaixonada Watts sofre o tempo todo.
 






 
 

 




segunda-feira, 18 de julho de 2011

Vanilla Sky




Título original: Vanilla Sky
Duração: 145 minutos (2 horas e 25 minutos)
Gênero: Suspense
Direção: Cameron Crowe
Ano: 2001
País de origem: EUA

Elenco:
Tom Cruise (David)
Penélope Cruz (Sofia)
Cameron Diaz (Julie)
Kurt Russell (Dr. Curtis McCabe)

Roteiro:
Cameron Crowe, Baseado em roteiro escrito por Alejandro Amenábar e Mateo Gil
Estúdio:
Cruise-Wagner Productions
Distribuição:
DreamWorks Distribution L.L.C. / Paramount Pictures / UIP
Desenho de produção:
Catherine Hardwicke
Fotografia:
John Toll
Produção:
Tom Cruise E Paula Wagner
Edição:
Joe Hutshing
Direção de arte:
John Chichester E Beat Frutiger
Música:
Nancy Wilson

Sinopse:
Em Nova York são narrados em flashback fatos angustiantes da vida de David Aames (Tom Cruise), um jovem empresário que é dono de um império editorial. David tem sua vida modificada quando conhece Sofia Serrano (Penélope Cruz), uma bela jovem por quem se apaixona.Tal relacionamento desperta ciúmes em Julie Gianni (Cameron Diaz), uma " amizade colorida" de Davis, que quer muito mais que mero envolvimento sexual com ele. Um dia, após sair da casa de Sofia, David encontra Julie, que usando o pretexto de querer conversar com ele o convence a entrar no carro dela. Em um ímpeto de loucura, e cega por se sentir preterida, ela lança o carro por cima de um viaduto. Ela não resiste ao impacto e morre. David sobrevive, mas fica com o rosto bem desfigurado e entra em coma, ficando neste estado por três semanas. Ao se ver David fica traumatizado e oferece qualquer quantia para reconstruírem seu rosto. Repentinamente realidade e fantasia se confundem de forma assustadora.

Pelo que observei Tom Cruise dá o melhor de si numa performance digna de Oscar no papel do playboy David Aames. O filme acerta ao mergulhar na mente e no psicológico de seu protagonista, tornando-se uma análise da vaidade e do comportamento masculino.

Classificar "Vanilla Sky" como romance? Na verdade, se trata de um suspense daqueles bem fora da realidade. Isso já era esperado, já que o filme é uma refilmagem de "Abre Los Ojos", do diretor chileno Alejandro Amenábar ("Os Outros"). Para essa versão, o ator, e agora produtor, Tom Cruise, comprou os direitos da refilmagem e como Amenábar não aceitou fazê-la foi contratado Cameron Crowe ("Quase Famosos"), com quem Cruise já havia trabalhado em "Jerry Maguire". Também para o elenco, ele escalou a espanhola Penélope Cruz e a sempre bela Cameron Diaz.

Embora Cameron Crowe tenha reescrito o roteiro para essa versão, a projeção apresenta um suspense fora do comum, que se baseia em situações estranhas para abrir novos caminhos à projeção. Isso porque a história, no começo do filme, se apresenta de forma extremamente morna e repetitiva, até o complemento da metade da projeção.

O filme se divide em duas metades totalmente diferentes, que regulam a fita. Até mesmo a direção de Crowe se alterna. O começo é confuso, a seqüência inicial chega a irritar o espectador, vários closes em uma cidade sem necessidade.

Com o desenrolar do filme, Crowe, que é um ótimo diretor, se acerta e passa a caminhar na linha do ótimo roteiro. Os acontecimentos se arrastam e o maior problema de toda a direção é que ele arrasta os acontecimentos de uma forma desnecessária.Graças ao dinamismo que o roteiro atinge, o espectador não desanima. A história toma caminhos que ninguém pode imaginar e por isso se torna também bastante complicada, mas conforme o filme se desenvolve a trama envolve o espectador, que entra cada vez mais no drama do personagem, que não sabe de forma alguma o que se passa com ele.

Vale lembrar que esse filme é de suspense, já que a cada tentativa dramática só é conseguida a muito custo. No final, ao contrário do que todos pensavam, o filme passa sem furos, explicando tudo aquilo que atormentava a mente do público.O elenco está razoável e os atores não vestiram os personagens.

Tom Cruise é outro que só conseguiu melhorar e muito o seu personagem após a metade da projeção, sendo que no início também é pura repetência. Penélope Cruz está melhor que de costume, mas ainda longe de ser boa atriz. Cameron Diaz... Essa sim está ótima, com um papel dinâmico consegue uma das melhores interpretações de sua carreira, mesmo não estando muito tempo em cena. A trilha sonora é muito boa, com músicas do ex-Beatle Paul McCarthney, e a fotografia é clara do jeito que eu gosto. "Vanilla Sky" peca por seu início fraco, mas logo toma a cara de um suspense forte e complicado, do jeito que o público gosta. Um bom filme!!!

sábado, 16 de julho de 2011

Loup - Uma Amizade para Sempre




Original: Loup
Duração: 102 minutos (1 hora e 42 minutos)
Elenco: Nicolas Brioudes, Pom Klementieff e Min Man Ma
Gênero: Drama
Direção: Nicolas Vanier
Ano: 2009
País de origem: França

Sinopse: Emocionante aventura vencedora do Earth Grand Prix do Festival Internacional de Cinema de Toronto. Sergei, garoto de 16 anos, é filho de Boris, chefe do clã de criadores de renas de sua tribo. Ele parte em sua primeira grande jornada pelas montanhas da Sibéria, levando o rebanho e protegendo os animais, a única fonte de renda de seu clã. Pronto a salvar as renas de todos os tipos de perigos, Sergei sabe que seu pior inimigo está sempre por perto, o lobo.

A relação homem-natureza retratada nesse filme nos trás de volta a pureza e simplicidade, e resgata  o que estamos perdendo ao nos relacionarmos de forma cruel com a natureza.

Às vezes parece que é filme em outras parece que é documentário. De início parece um filme sobre aventura, porém no decorrer do drama verifica-se uma preocupação da direção com o documentário. Os dois se encaixam perfeitamente aqui. Acaba que chega-se a conclusão que é  um documentário muito bem filmado.

Na sua primeira incursão como guardião das renas, o rapaz se depara com uma loba e seus filhotes fofinhos, e seu pensamento altera-se radicalmente, fugindo da tradição de seu povo, que elimina predadores em potencial.

Com passagens belíssimas, fotografia lindíssima, com uma trilha sonora muito bonita o que chama atenção sãos os lobos muito bem treinados. O  filme não desenvolve rápido, lento e com tramas paralelas rasas e a corajosa tentativa de misturar atores e não atores da população local para dar um pouco mais de tensão às cenas.

Existe uma falta de sincronia entre o elenco e a direção. O diretor de início se prende ao documentário, o que faz com que a trama não se desenvolva. Observei ao longo das cenas que faltou, principalmente, um enredo    e    Loup,     definitivamente,    não   é    bom  filme.    Faz o   espectador mais saudosista se lembrar do velho e simpático rin-tin-tin aquele cachorro amigo da década de 20 do século XX.

Em "Loup - Uma Amizade para Sempre" o que guia a narrativa são as dinâmicas entre o homem e a natureza, que ora se aproximam e se relacionam pacificamente, ora tornam-se inimigos disputando os mesmos objetivos. Confesso que esperava mais desse decantado filme...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Um Corpo que Cai


Direção: Alfred Hitchcock Ano:1958
País: Estados Unidos
Gênero: Drama, Suspense, Thriller
Romance Duração: 128 min. / cor
Título Original: Vertigo

Elenco:
James Stewart, Kim Novak, Barbara Bel Geddes, Tom Helmore, Henry Jones, Raymond Bailey, Ellen Corby, Lee Patrick, Konstantin Shayne

Enredo: O filme conta a história do detetive Scottie Fergusson, aposentado por sofrer vertigem de alturas, contratado por um ex-colega de faculdade para vigiar a mulher dele, Madeleine, uma suicida em potencial.

A trama mais intrigante do mestre Hitchcock, que brinca com aparências para conferir um tom algo fantasmagórico à investigação do detetive brilhantemente interpretado por James Stewart, com destaque para o início que explica a fobia de alturas de seu personagem. O surgimento de Kim Novak e o clímax na torre contribuem para colocar Um Corpo que Cai acima até de Os Pássaros e Psicose.

O filme é intrigante e deixa o espectador preso a trama e vai revelando uma surpresa após a outra. No final você quer ver de novo. Como sou fã desse fantástico diretor que para mim divide o ápice com Felline guardadas as devidas proporções, pois são gênios cada um no seu estilo, considero esse filme uma das obras mais fantásticas do gênero suspense, dividindo com Psicose do próprio Hitchcock como sendo os filmes mais bem elaborados da história no gênero.  Da fotografia aos atores é tudo perfeito. Excelente!!!

domingo, 10 de julho de 2011

Meia Noite em Paris



Diretor: Woody Allen
Elenco: Kurt Fuller, Owen Wilson, Marion Cotillard, Michael Sheen, Tom Hiddleston, Kathy Bates, Rachel McAdams, Gad Elmaleh, Carla Bruni, Nina Arianda, Mimi Kennedy, Corey Stoll, Manu Payet
Produção: Letty Aronson, Raphaël Benoliel
Roteiro: Woody Allen
Fotografia: Darius Khondji
Duração: 100 min.
Ano: 2011
País: EUA/ Reino Unido
Gênero: Comédia Dramática
Cor: Colorido
Distribuidora: Paris Filmes
Estúdio: Gravier Productions
Classificação: 12 anos

Sinopse: Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores americanos e quis ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em Hollywood, o que por um lado fez com que fosse muito bem remunerado, por outro lado lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir para Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John irá à cidade para fechar um grande negócio e não se preocupa nem um pouco em esconder sua desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido. 

Com uma sofisticação ímpar e um charme sem pieguices, esta comédia faz um elo enorme entre o passado e o deslocamento para o presente, passando por uma descarada homenagem a feras da música e literatura, com destaque para o genial Cole Porter. Paris, é um sonho e Allen soube lançar um olhar muito profundo e particular sobre essa linda capital francesa. Sendo uma cidade cantada e decantada pelo mundo na qual já vimos centenas de vezes em vários filmes a  Paris de Woody Allen conseguiu ser diferente.

Já na sequência inicial, composta de flashes de alguns segundos de pontos turísticos da cidade, como o Arco do Triunfo, Museu do Louvre e Champs-Élysée, não estamos mais em 2011. As imagens são de hoje, assim como os cafés, os pedestres e carros. A música, porém, é o standard Let’s Do It (Let’s Fall in Love), de 1928, que descobriremos ser a canção-tema do longa. Sutilmente, a atmosfera de Meia Noite em Paris é colocada. Dali em diante o romantismo será o principal filtro na apreciação do filme.

O grande romântico do filme é Gil (Owen Wilson, que está muito à vontade no papel), um roteirista cansado de Hollywood que tenta convencer a si próprio que poderá se tornar um grande escritor. Ele faz de Paris o cenário ideal para suas férias intelectuais e sentir em qual momento real está a relação com a noiva Ignez (Rachel McAdams).

Gil está neste século por acidente. Seu tempo perfeito é os anos 20, de preferência numa Paris chuvosa acompanhada das canções de Cole Porter e tendo um Hemingway ou F. Scott Fitzgerald para inspirar a imaginação. Fazer compras, voltar abarrotado de sacolas, andar de táxi, gastar dinheiro em restaurantes sofisticados e outras futilidades não o comovem. As calçadas foram feitas para serem ocupadas por pessoas. Para Gil, a cidade é uma grande e belíssima companheira que abre os braços e o convida sensualmente a conhecê-la. A Paris do filme é tão viva e alegre que parecemos escutar  pulsar seu coração.

Gil é um homem deslocado no tempo e no espaço. A solução, porém, é encontrar pessoas com afinidades as suas ideias. E ele o faz, gesto que dá a Meia Noite em Paris uma aura mágica, inspiradora. Por ser pouco romântico, Woody Allen anda entre a idealização e a maturidade com o passado, fazendo uma interessante colocação: aos olhos de hoje, o ontem sempre vai parecer mais interessante.

Por isso que seu 41º longa-metragem para cinema é mais uma homenagem a um tempo do que sua representação saudosista. No começo, dizemos quase automaticamente que aqueles, sim, são grandes tempos. Mais para frente, a segurança se dissipa: é mesmo a grande época? Dá para sentir, até, uma certa frustração por não se ter nascido antes – e cada um tem seu momento preferido do ontem. O jeito é lidar com o presente e trazer do passado o que interessa para que criemos hiatos de felicidade no hoje.


O cômico de Meia Noite em Paris vem do insólito, não de uma piada escrita deliberadamente para criar o riso. Já o drama nasce das reflexões nas quais o protagonista mergulha a cada vez que recorre a seus mestres literários. Há um equilíbrio preciso entre os dois gêneros.

Desta vez não há o narrador para amarrar a história. Gil é um personagem suficientemente forte e interessante para ter um mundo habitando à sua volta. De certa maneira, o filme retoma um assunto importante na obra de Woody Allen: o medo do fracasso.

Owen Wilson com sua pronúncia tão particular e o tempo de fala pausado se encaixa perfeitamente neste americano na contramão buscando encontrar uma Paris de um tempo que se foi. Quanto a Marion Contillard  há tempos não a víamos tão encantadora e sedutora (vide "Inimigos Públicos").

Meia Noite em Paris esbanja um contagiante encanto com Allen indo além (sem querer estou fazendo trocadilhos) de nossas expectativas e nos surpreende com tamanho romantismo que nunca foi o seu forte... Esse filme é simplesmente maravilhoso! Verdadeira obra prima!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Montanha Enfeitiçada


Informações Técnicas:
Título no Brasil: A Montanha Enfeitiçada
Título Original: Race to Witch Mountain
País de Origem: EUA
Gênero: Aventura
Classificação etária: 12 anos
Tempo de Duração: 96 minutos
Ano de Lançamento: 2009
Estréia no Brasil: 17/04/2009
Estúdio/Distrib.: Buena Vista
Direção: Andy Fickman

Elenco:
Dwayne Johnson ... Jack Bruno
AnnaSophia Robb ... Sara

Sinopse:
Durante anos, existiram histórias sobre um lugar secreto no meio do deserto de Nevada, conhecido por fenômenos inexplicáveis e estranhas visões. Esse lugar chama-se Montanha Enfeitiçada. Quando um motorista de táxi de Las Vegas (Dwayne Johnson) encontra dois adolescentes com poderes sobrenaturais em seu táxi, ele se vê no meio de uma incrível aventura. Eles descobrem que a única chance de salvar o mundo encontra-se secretamente escondida na Montanha Enfeitiçada e começa uma corrida enquanto o governo, criminosos e até mesmo extraterrestres tentam detê-los.

Ótimas atuações! Os efeitos especiais são ótimos também. A trilha sonora é belíssima. O filme nos convence em sua magia.  A direção não peca pelo excesso, pois o filme é um convite a isso. Um filme de aventura que encanta o espectador. Muito bom!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Prenda-me Se For Capaz



Título original: (Catch Me If You Can)
Lançamento: 2002 (EUA)
Direção: Steven Spieberg
Atores: Leonardo DiCaprio, Tom Hanks, Christopher Walken, Martin Sheen
Duração: 140 min
Gênero: Policial 

Sinopse: Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Carl Hanratty (Tom Hanks) e de Frank Abagnale Jr. (Leonardo DiCaprio). Hanratty é um agente do FBI que passou anos atrás de um famoso falsário que aplicava golpes em companhias aéreas, bancos, hospitais. "Prenda-me se For Capaz" é baseado em fatos reais da vida de Frank Abagnale Jr, um garoto de 17 anos, que está enganando a polícia e torna-se um gênio na arte da falsificação de cheques.

Steven Spielberg e Tom Hanks em todos os filmes quando juntos são um sucesso de bilheteria. É um filme leve e cômico, que faz com que o espectador torça ou pelo policial solitário, vivido por Tom Hanks, ou pelo garoto em busca de atenção e aventura, vivido por Leonardo.

Tom Hanks, como sempre muito à vontade, em um papel onde mesmo fazendo o policial durão vai conquistando a confiança e a atenção do público, já que ele também quer atenção de seu criminoso Frank. Um policial que passa o Natal solitariamente por não ter familia.

Já Leo, que também está muito bem no filme, vive enganando as companhias aéreas, não por ser realmente um grande criminoso, mas para conseguir dinheiro para ter novamente a sua familia de volta. E como DiCaprio tem realmente um rosto de menino, especialmente nas cenas de colégio, ficou ótimo.

Um ponto chave do filme é que Frank, que tinha uma familia bem financeiramente, vê o seu mundinho desmoronar, quando o pai perde o dinheiro e a mãe o divórcio, ele então foge de casa. Ela volta a ter nova familia, e o pai, continua fugindo da receita federal, é com esse pai, que sempre deu apoio as atitudes do filho, que ele mantém contato, e que não quer que o filho pare de viver a fantasia de ter dinheiro e ser rico, mesmo que seja falsificando cheques. O filme é todo cheio de surpresas, tem uma narrativa interessante e não é cansativo.

Com uma abertura simples e de extremo bom gosto o  público já pode ter uma  idéia de como será o visual do filme. Aqueles que ficarem mais atentos perceberão que na própria apresentação há rápidas cenas e bem breves que mostram o que irá acontecer no decorrer do filme, como a perseguição de Hanratty a Frank Abagnale Jr. por diversos locais que, de certa forma, podem ser visualizados ali. Spielberg optou por uma abertura de muito bom gosto. É um filme feito com muita elegância e acima de tudo demonstrando um imenso respeito ao público. Excelente...


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um Sonho de Liberdade

Título original: (The Shawshank Redemption)
Lançamento: 1994 (EUA)
Direção: Frank Darabont
Atores: Tim Robbins, Morgan Freeman, Bob Gunton, William Sadler
Duração: 142 min
Gênero: Drama



Sinopse: Em 1946, Andy Dufresne (Tim Robbins), um jovem e bem sucedido banqueiro, tem a sua vida radicalmente modificada quando mandado para uma penitenciária para cumprir prisão perpétua por ter assassinado sua mulher e o amante dela. No presídio, faz amizade com Ellis Boyd Redding (Morgan Freeman), um prisioneiro que cumpre pena há 20 anos e controla o mercado negro do presídio.

Somos educados desde crianças para sermos polidos, cumpridores de nossos deveres e nunca mentir ou enganar quem quer que seja. Caso façamos algo de errado, a pena a ser cumprida é dada na forma de castigo, excluindo de nossas vidas tudo que seja atraente e de grande valor para nós. Quando adolescentes, o castigo pode ser pior, podemos fazer parte de uma estatística triste como por exemplo visitar uma cadeia. Todos tememos passar momentos na cadeia, desde sempre  tida como um lugar horrível e barra pesada. 

Em “Um Sonho de Liberdade”, o diretor Frank Darabont, estreante em 1994, baseia-se numa história dramática do mestre do terror Stephen King e retrata o dia a dia da penitenciária de ShawShank, um lugar excelente para se viver em comparação com as prisões do Brasil (vide Carandiru), porém, condenável para as práticas americanas, mesmo sabendo que todos os sobreviventes ali são uniformizados, limpos, têm boas condições de higiene e comida excelente.

Andy Dufresne (Tim Robbins, memorável), um rico e inteligente banqueiro, é acusado de assassinar a mulher e o suposto amante, pegos num momento apaixonado, sendo sentenciado à prisão perpétua. Sem grandes dificuldades, apesar do preconceito racial e da perseguição de homossexuais, ávidos por “carne nova”, faz amizade com Ellis Boyd Redding (Morgan Freeman), um prisioneiro que cumpre pena há 20 anos e controla o mercado negro do presídio, sutilmente. Ellis, já de início, aprecia a chegada do rapaz e observa seu grande potencial, ao comprar-lhe simples objetos inofensivos. Juntos, vivem grandes momentos e, apesar de terem suas culpas (pouco relatadas no longa), vêem que são honestos e possuem boa índole, em comparação à corrupção de funcionários e da própria diretoria.

O filme, além de mostrar claramente toda a dificuldade enfrentada, destaca-se por retratar o abuso e o uso dos condenados, através de falsas esperanças, da falsidade, da má valorização e do tratamento prestado, uma vez que todo o benefício da cadeia é repassado para seus agentes e para o diretor, que se vangloria ao chamar a atenção da mídia, roubando ideias do genioso e esperto Andy, que tentou ajudá-los, com o interesse de diminuição em sua pena e em adquirir condições melhores para os presos. Contrariado, foi brutalmente massacrado e ameaçado, forçando-o a continuar seu processo de lavagem de dinheiro, meramente de fácil aquisição.

Apesar de parecerem mundos surreais e completamente opostos, o mundo “liberal” e o mundo nos presídios não se difere em nada, mostrando um dia a dia comum, com atividades corriqueiras e relacionamentos eficazes, a ponto de convencer e manipular os fracos na luta pela sobrevivência humana, a raça mais complicada, injusta e julgadora existente. O sonho de uma liberdade real ainda é almejada pelos humanos e, assim como na cadeia, só poderá ser descrita por quem um dia a vivenciar.

Com ótima fotografia e com um Freeman sempre dando show (esse ator é maravilhoso). A direção de Darabont conduz todo o longa com talento de mestre. Um dos filmes mais realistas e dramáticos que já assisti. Excelente!

domingo, 3 de julho de 2011

Namorados para Sempre



(Blue Valentine, 2010)

Direção: Derek Cianfrance
Roteiro:  Derek Cianfrance, Joey Curtis, Cami Delavigne
Gênero:  Drama/Romance
Origem: Estados Unidos
Duração: 112 minutos
Tipo: Longa-metragem

Sinopse: Dean (Ryan Gosling) e Cindy (Michelle Williams) vivem crise no casamento. Na medida em que o relacionamento piora, eles relembram os momentos felizes juntos para tentar salvá-lo.

Interessante notar que não é um um filme para casais felizes. Esse filme nasceu com a intenção de balançar corações apaixonados.  É um filme sobre a desintegração do casamento e não sobre um namoro apaixonado como sugere o título em português. "Namorados para Sempre" conta o drama de um casal que tenta superar a crise no casamento, buscando no passado o que os fez se apaixonar e no presente o que os faz ficar juntos.

Apesar de não ser a opção ideal aos casais apaixonados, o longa dirigido por Derek Cianfrance é bem produzido e conta com boas atuações de Michelle Williams(ótima atriz), Mike Vogel e Ryan Gosling.

Como lidar com o fim? A tristeza de Cianfrance, tão precisa no início do filme para enfocar estados de espírito, aos poucos se transforma em fatalismo. Fica estabelecida uma situação insuportável, em que o carisma de Ryan Gosling (Gosling é mais uma presença marcante e é um ator diferenciado) sobrepõe o seu personagem e as tiradas de Dean são bem colocadas na trama.

Boa direção! Conta com um bom elenco e sendo um pouco despretensioso, não chega a nos empolgar muito, porém o que observei ao longo da trama é que é um filme questionador, tem roteiro questionador e foi feito para questionadores. Sua simplicidade nos deixa muito triste principalmente para quem está na  euforia da felicidade, pois nos acorda para o simples fato de que nada é para sempre!

Dentro do objetivo do filme temos é que elogiar, pois em nenhum momento saiu da coerência e tem gancho, tem sequência e não nos deixa perdidos no drama. Apesar de triste e melancólico é um bom filme!