Amor & Outras Drogas

Título original: (Love & Other Drugs)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Edward Zwick
Atores: Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Oliver Platt,  Hank Azaria.
Duração: 113 min
Gênero: Comédia Romântica

Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) é um sedutor incorrigível do tipo que perde a conta do número de mulheres com quem já transou. Após ser demitido do cargo de vendedor em uma loja de eletrodomésticos, por ter seduzido uma das funcionárias, ele passa a trabalhar num grande laboratório da indústria farmacêutica. Como representante comercial, sua função é abordar médicos e convencê-los a prescrever os produtos da empresa para os pacientes. Em uma dessas visitas, ele conhece Maggie Murdock (Anne Hathaway), uma jovem de 26 anos que sofre de mal de Parkinson. Inicialmente, Jamie fica atraído pela beleza física e por ter sido dispensado por ela, mas aos poucos descobre que existe algo mais forte. Maggie, por sua vez, também sente o mesmo, mas não quer levar adiante por causa de sua doença.

Apesar de conter vários clichês das comédias românticas em geral, torci muito pela felicidade do casal. Filme leve e até despretensioso. Para quem curte diversão e uma boa direção não tem filme melhor no gênero. As atuações estão ótimas. Adorei o figurino que é de muito bom gosto.  O roteiro é muito bom, pois conseguiu captar muito bem a dinâmica que o texto exigia. Tudo muito bem sincronizado e acima de tudo diria que é um filme muito humano. Verdadeiro!

De início, "Amor & Outras Drogas" empolga. A entrada de Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) no ramo farmacêutico, de cara, já nos mostra que este será um filme que vai fundo na difícil relação existente entre os lucros e a vida dos pacientes. Os diálogos são super inteligentes.

Como consequência o filme dirigido por Zwick, de títulos como o longínquo "Sobre Ontem à Noite" e  magníficos como "O Último Samurai" nos leva a refletir sobre o clima pesado que existe na dura realidade entre a indústria farmacêutica e vida humana. O resultado até que foi positivo.

As cenas do casal são sedutoras e  a nudez de ambos é explorada com muita sensibilidade e sensualidade. A cena que existe a “falha” na cama ou ir ao banheiro na hora H são muito bem retratados. O destaque vai para as cenas filmadas pelos personagens em preto e branco. Também destaco a hora em que um deles passa mal antes de uma declaração.

A doença desviou bastante o foco e enfraqueceu o humor. Até quando se tem graça, por exemplo, na figura do irmão vivido por Josh Gad constrange um pouco o espectador. Houve um certo exagero de propagandas das marcas, sem contar o da famosa pílula azul. Mas valeu o contraponto oferecido no escancaramento das orgias disfarçadas de convenção, da relação médico e paciente, paciente e remédios. Enfim do sistema de saúde como um todo.

"Amor & Outras Drogas" pode deixar uma sensação de over dose em quem procura um roteiro com uma sequência mais coerente, porém agrada a quem quer dar algumas risadas mesmo que esporádicas. O ponto fraco desse filme foi que ele não se definiu entre o engraçado e dramático, mas desce bem principalmente quando o final nos trás a sensação de que nem tudo está perdido. Aconselho a assistir, pois não deixa de ser um filme muito interessante, sobretudo porque mesmo exagerado em algumas doses não causa efeitos colaterais.