Título Original: Hereafter
Gênero: Drama e Fantasia
Duração: 129 min.
Origem: Estados Unidos
Estreia: 07 de Janeiro de 2011
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Peter Morgan
Distribuidora: Warner Bros.
Censura: 12 anos
Ano: 2010
- Do mesmo diretor de Gran Torino (Gran Torino - 2008).Além da Vida conta a história de três pessoas que são afetadas pela morte de maneiras diferentes. George (Matt Damon) é um operário norte-americano que tem uma conexão especial com o além. Em outro ponto do planeta, a jornalista francesa Marie (Cécile De France) acaba de passar por uma experiência de quase-morte que muda sua visão diante da vida. E quando Marcus (Frankie/George McLaren), um garoto londrino, perde uma pessoa muito próxima, ele começa uma procura desesperada por respostas. Enquanto cada um segue o caminho em busca da verdade, suas vidas se encontrarão e serão transformadas para sempre pelo que eles acreditam que possa existir, ou realmente exista - a vida após a morte.
Estamos no século XXI e apesar de toda inteligência do homem, conseguindo vôos nunca imaginados por nós, não houve ainda uma plena evolução espiritual. De acordo com preceitos espíritas nesse ou em outro estágio ao evoluir espiritualmente conseguimos locomovermos a velocidades inimagináveis.
Será que o homem ainda não se deu conta o quanto somos perenes nessa vida? A despeito de catástrofes, enviadas pela força da natureza, tais como tsunamis, terremotos, deslizamentos de terra o homem teima em se achar o dono da situação. Em questão de segundos podemos ser varridos da face da terra. Independente de religiões ou ideologias quero constatar aqui que filmes como esse nos levam a refletir sobre as nossas verdades, nossas teorias, nossos estigmas.
Em “Além da Vida”, novamente Clint Eastwood e Matt Damon formam parceria em uma produção que faz aflorar a sensibilidade dos espectadores (antes, haviam conseguido em “Invictus”, com temática racial, tendo como cenário a África do Sul). Em meio a um contexto ligado ao charlatanismo e à busca por lucros desenfreados, utilizando a mediunidade como instrumento, a personagem de Damon (George) luta contra isto, por conta da exclusão social proporcionada por este seu dom.
Da reunião de mundos díspares, complementado pela jornalista francesa Marie (atriz Cécile de France), e pelos irmãos britânicos Marcus e Jason (os ótimos Frankie e George McLaren), seus dramas pessoais, a trama mostra, sem apelações ou exageros ligados ao tema, que existe capacidade de reconstrução de uma vida com base na confiança mútua, mesmo distante. Mesmo o gestual de Damon, durante as suas conexões, está longe de ser teatralizada, artificial.
Fisicamente falando, este estado transitório entre vida e morte, especialmente explorado na passagem pós-inundação do tsunami por Marie, encontra uma certa explicação científica e média no estado de catalepsia, em que há enrijecimento de membros, impedindo o traumatizado de movimentar-se, apesar de perceber sutilmente o que ocorre ao seu redor.
Não sou expert em assuntos ligados a doutrina espírita, mas percebo que quando filmes desse porte falam sobre um assunto tão delicado, para muitas pessoas, vejo que o mérito maior reside em não tomar partido e nem fazer polêmica. Simplesmente foi fluindo sobre o tema acontecimentos que prendem o espectador e que nos fazem refletir sobre a condição humana que anda tão debilitada em termos de fé.
Esta austeridade em abordar o tema, combinada com trilha sonora suave, mas adequada ao pesar e questionamento de nossas existências, além de momentos extremamente emocionantes, ressaltam a competência de Clint. A despeito do ritmo do filme, o mote principal (interligação), demanda um certo tempo para ocorrer. Não implicando, mesmo assim, em prejuízo para a sequência do filme.
Atuações perfeitas ligadas a belíssima direção dão chances ao espectador de questionar e polemizar consigo mesmo. Independente de quaisquer doutrinas temos aí um mote de ideias abordadas com inteligência e competência.
Maravilhoso!!!
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