quarta-feira, 25 de maio de 2011

Rio


Título original: (Rio)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Carlos Saldanha
Atores:  Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, Jamie Foxx.
Duração: 96 min
Gênero: Animação
Status: Em cartaz

Sinopse:
Conta a história de Blu, uma arara azul rara que pensa que é a última de sua espécie. Quando Blu descobre que há uma ‘outra’ ele deixa o conforto de sua gaiola em uma pequena cidade de Minnesota e vai para o Rio de Janeiro. Mas longe de ser amor à primeira vista entre o domesticado e incapacitado de voar e a feminista e independente, que voa alto, Jewel. Inesperadamente jogados juntos, eles embarcam na aventura de uma vida, onde aprendem sobre amizade, amor, coragem e estar aberto às muitas maravilhas da vida. “Rio” reúne uma fauna de personagens vibrantes, uma história comovente, mergulhos coloridos, uma música latina contemporânea e cheia de energia.

Como carioca "da gema" me sinto super a vontade para falar desse filme. Mostra lindo visual do Rio, mas mostra o outro lado; o lado obscuro onde contrabandistas agem impunemente em favelas e crianças transitando nas vielas já envolvidas com o crime. Passa a imagem que no Rio as pessoas se esquecem de tudo por causa de carnaval e futebol. Na verdade não é bem assim. O carioca é extrovertido, falante, mas é um povo que trabalha duro para sobreviver. Dá só uma espiadinha na Central do Brasil por volta de umas 5:30 hs da manhã. Desmistifica bastante a imagem do carioca que vive somente na praia e etc...

Em cenas divertidas mostram pessoas brincando no carnaval em cima de carros, desfilando alegria pelas ruas. O ornitólogo estava no carro na orla de dia e vê sua dentista com roupas minúsculas indo para o carnaval, como se até as pessoas mais instruídas esquecessem de tudo no carnaval. E falando sério, quem não esquece? Até o turista mais frio cai no samba e se diverte! 

O roteiro deixa um pouco a desejar, muito longe dos filmes da Pixar, por exemplo, mas quem liga prá isso? O importante é que Rio é Brasil e isso enche de orgulho a todos nós cariocas e brasileiros já tão acostumados com os tão rotineiros filmes de Hollywood.

Os personagens se encontram como ao acaso, como o ornitólogo achou a arara em Minesota? É um filme voltado para a juventude, e há a licença poética, mas a história podia ter um pouco mais de conteúdo, não faltou gancho prá isso...

A arara fêmea aparece pela primeira vez para a arara macho (como na Era do Gelo, com os esquilos).  Depois repete-se com o ornitólogo e a americana. Tem a cena das araras caindo e se abraçando, como na era do gelo. Não me agradou muito essas cenas. Já vi isso antes!!!

Interessante notar que Rio é um filme voltado especialmente para o público brasileiro, mesmo não sendo uma produção nacional. Consegue agradar  por mostrar belas e decantadas paisagens do Rio de Janeiro, a paixão pelo futebol, o frisson do Carnaval. Mas Rio também encanta por seus personagens carismáticos, a boa trilha sonora e uma história interessante, ainda que com seus momentos previsíveis. O filme agradou tanto no exterior que ficou vários dias em primeiro lugar de público e ótimas críticas. Uma surpresa agradável,  já que o filme foi feito para agradar ao público brasileiro.

Rio, com certeza absoluta,  é o melhor filme da Blue Sky Studios desde o primeiro "A Era do Gelo". Dada a qualidade do filme e o mérito de retratar o Rio de Janeiro como ele é essencialmente, não há como não sair do cinema fascinado com Rio. Mesmo os mais céticos, que não queiram se render ao charme dessa cidade encantadora, se calam diante de tamanha e incontestável beleza

Carlos Saldanha conseguiu nos mostrar que é de filmes como este que os cineastas brasileiros deveriam se inspirar para tentar fazer o cinema nacional finalmente decolar.

As crianças irão adorar. Saldanha faz uma homenagem e tanta para a cidade maravilhosa. Personagens cativantes, trilha sonora que, particularmente, eu amo pela qualidade e conteúdo musical. Uma história que se encaixa perfeitamente ao cenário. A platéia com certeza aplaudirá esse filme e de pé. Sem contar a voz de Santoro, que faz jus ao mesmo. 

Simplesmente maravilhoso...
 

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